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Liliana Peixinho

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Princípios RAIZ para o Brasil

Princípios RAIZ em movimento

 Liliana Peixinho* 

Num mundo onde a vida é descaso, aqui, ali, acolá  bom seria para o Brasil adotar ideais como as defendidas em princípios como o da RAIZ Movimento Cidadanista, através de filosofias e práticas como UBUNTU “eu sou porque nós somos”; TEKO PORÃ: viver em aprendizado e convivência com a natureza;  e Ecossocialismo, onde o capitalismo é criticado “como insustentável por sua lógica de reprodução e lucro  sem limites, extraindo tudo e todos à sua frente, incluindo sonhos.” Importante comungar com a ética UBUNTU inserindo na roda de debates para romper com o comportamento  individualista, egoísta, que não coloca o outro, no eu cotidiano. Na filosofia, UBUNTU é pertencimento à unidade, interdependência e colaboração. Diálogo, consenso, inclusão, compreensão, compaixão, cuidado, partilha, solidariedade. “Eu sou porque você é” - “nós somos porque você é e eu sou”.

Como filosofia raiz de nossas origens, via Mãe África, O UBUNTU  defende a dignidade como uma prática que alcance a todos. O Movimento RAIZ , que se lançou na sexta, 22 de Janeiro, em Porto Alegre, também como opção de representação partidária,  incorpora valores, em sua Carta Cidadanista, onde a emancipação e cidadania estão linkados às grandes pautas da Mãe Terra, e cujas demandas reprimidas históricas desafiam  brasileiros na garantia de direitos negados. Desta cultura de filosofia de vida extraio um trecho da carta que diz: “A minha humanidade está presa e está indissoluvelmente ligada à sua. Eu sou humano porque eu pertenço.. Uma pessoa com UBUNTU é acolhedora, hospitaleira, generosa, disposta a compartilhar. 


A qualidade dá às pessoas a resiliência.  Está aberta e disponível aos outros, assegurada pelos outros, não se sente intimidada pelos outros  Mandela ensinou ao mundo que não vale vencer a qualquer custo, por isso ele conduziu a superação do apartheid com reconciliação, mantendo a paz e a unidade entre os povos da África do Sul.  Para a pessoa com UBUNTU jamais é possível estar bem se nosso entorno não estiver bem. UBUNTU é a cultura milenar da paz.” É aquela história: enquanto tivermos uma só pessoa na dor, no sofrimento, na  injustiça, porque fazermos festas, em falsa alegria, contentamento?
                                                                
Outro princípio  RAIZ que compartilho é o TEKO PORÃ: o Bem Viver. Conceito transversal, que coloca política, economia e sociedade  em visão horizontal, para resgatar valores dos povos originários da América: Sumak Kawsai em quéchua; Suma Qamaña em aymara; Tekó Porã, em guarani. Nesse olhar, a  carta diz que “terra que nos acolhe tem que ser protegida, conforme nos ensinam os povos tradicionais,, pois o mundo é povoado de muitas espécies de seres, também dotados de consciência, em que cada espécie vê a si mesma e às outras espécies a partir de sua perspectiva”. Sabedoria reconhecida nos povos do Xingu,  e como vi e convivi de perto por povos como os Tupinambás, Kiriris, Pataxós. E que se amplia em todas as culturas ameríndias. Cultura que no Brasil, por exemplo, onde se mata criança indígena enquanto era amamentado no peito da mãe, numa Rodoviária, estamos mesmo a precisar compreender que a relação social entre sujeitos, envolva cultura e natureza como simbiose humanitária.

Harmonia com a natureza

 A RAIZ resgata a cultura  TEKO PORÃ como afirmação no equilíbrio com o Planeta e no conhecimento ancestral dos povos originários. Como conhecimento de profunda conexão e interdependência com a natureza. Relação onde a vida em pequena escala, sustentável e equilibrada, é necessária para garantir uma vida digna para todos e a sobrevivência do planeta. Nessa lógica o fundamento são as relações de produção autônomas e auto suficientes. O Teko Porá também se expressa, conforme a carta cidadanista da RAIZ “ na articulação política da vida, através de práticas como assembléias locais, espaços comuns de socialização, parques, jardins e hortas urbanas, cooperativas de produção e consumo, e das diversas formas do viver coletivo e harmonioso. Também guarda correspondência ao histórico desejo de emancipação e unidade dos povos latino americanos, expressos na utopia da Pátria Grande (Abya-Yala). 

Bem viver

O TEKO PORÃ  é a oposição ao “viver melhor” ocidental, que explora o máximo dos recursos disponíveis até exaurir as fontes básicas da vida. O Modo de viver Teko Porã  combate o consumismo raso, que alimenta matrizes em exploração predatória dos recursos naturais e só servem à ganância de poucos. Modelo cuja ânsia de produzir à qualquer custo alimenta a perversa propaganda do crescimento,  do progresso, da enganosa mensagem de “geração de emprego e renda.

    
    Comunidade Kaimbe Massacará - Povo indígena Bahia - Nordeste do Brasil

O terceiro ponto da carta que nos chama atenção é a defesa de valores baseados no ECOSSOCIALISMO como reflexão crítica convergente para ecologia, socialismo e  marxismo. Para a RAIZ Movimento Cidadanista o capitalismo é insustentável. Munidos de informações científicas compartilhadas em exaustão em grupos de estudos, e cientes de que o “planeta estará definitivamente exaurido em poucas gerações, e de que não temos o direito de seguir roubando o futuro dos que estão por vir”,  os enraizados desafiam cenários da economia tradicional e perversa, via consumo raso,  e consideram que  para a reversão deste processo, o único caminho é a Revolução Ecológica. Nesse ambiente observam premissas básicas: a) estamos em meio a uma crise ambiental global e de tal enormidade que a teia da vida de todo o planeta está ameaçada e com isto o futuro da civilização;  b) a crítica ao modelo capitalista vigente e ao consumismo predatório e desenfreado; c) a crítica às revoluções sociais do século XX que tiveram por matriz ideológica o socialismo real, mas que apenas reproduziram o produtivismo predatório do modo capitalista de produção.”

Bem comum

Os valores éticos defendidos pela RAIZ priorizam o COMUM,  através da construção de uma cidadania ativa e solidária. Em  crítica radical “o atual sistema capitalista é incapaz de regular, muito menos superar, as crises que deflagra; isso porque fazê-lo implicaria pôr limites ao processo de acumulação do capital, uma opção inaceitável para um sistema baseado na regra “cresça ou morra!”. É da lógica do sistema preferir “Crescer e Matar!” Essa nova forma de pensar e agir passa pela formação de cadeias produtivas locais, aproximando produção e consumo e, sobretudo, aproximando gente e distribuindo renda. Uma nova e importante forma de produzir e consumir onde decrescemos na concentração, na ostentação, no supérfluo e crescemos apenas onde é necessário. Tudo isso gera riqueza, cria empregos, tecnologia, conhecimentos e solidariedade. te direito comum a todos os seres", defende a RAIZ.

* Liliana Peixinho – Jornalista, ativista socioambiental. Fundadora dos Movimentos Reaja – Rede de Jornalismo Ativista,  Movimento AMA, RAMA- Rede de Articulação e Mobilização Ambiental. Especialização em Jornalismo Científico e Tecnológico
Postado por Liliana Peixinho às 14:13 Nenhum comentário:

sábado, 9 de janeiro de 2016

Caçadores de água

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Caçadores de água
Por: Liliana Peixinho*
No planeta Terra, onde a água predomina, o Homem passou a caçar o maior
bem da vida, cuja abundância, desproporcional ao descaso, compromete a
existência, em suas múltiplas formas. No Brasil, região como o Nordeste,
historicamente castigado, os reservatórios diminuem. Nascentes do Cerrado,
que alimentam a Bacia do rio São Francisco, são degradadas em meio ao ritmo
acelerado do agronegócio.
Eventos climáticos desregulam as chuvas. No Sul, a chuva inunda, no Nordeste,
o Sol esturrica a terra. As áreas de desertificação no semiárido brasileiro
atingem cerca de meio milhão de pessoas, em 20 mil km quadrados de solo
espalhado entre o Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco. O
cenário se complica com o alastramento da desidratação numa área de 230 mil
quilômetros quadrados, degradada, ou em alto risco de degradação. Equivalente
a mais que todo o estado do Ceará.
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O Engenheiro Agrônomo, Nizomar Falcão, nessa entrevista especial e
exclusiva, aprofunda, cientificamente, em linguagem acessível, os múltiplos
problemas que envolvem: acesso, desperdício, gestão, relação comunitária,
domínio capital, fontes alternativas para preservação de matrizes, em contextos
de demandas reprimidas históricas, para a garantia da água, como direito básico.
De forma transparente, corajosa, linkada aos grandes desafios de preservação da
vida, planeta afora, o diálogo entre um professor e uma jornalista,
especializados em foco socioambiental, traduz inquietações, revela
compromissos e denuncia gestões tortas, em cursos dágua.
Nascido em Mossoró, Rio Grande do Norte, o professor é desses nordestinos
típicos, de nos orgulhar ( com sua licença aqui pra valorizar a fonte). Homem
simples, tranquilo, corajoso, fala mansa, olhar reto, o engenheiro saiu do Brasil
para aprofundar sua paixão pelos estudos sobre água e seus múltiplos sentidos
de vida, em Milão, Itália. Com a sapiência de um eterno pesquisador, curioso,
disciplinado, o engenheiro, que também é escritor, nos brinda, de forma
generosa, com informações inéditas, contexualizadas em valores profundos
sobre uso, controle e desafios do maior bem da vida: a água.
De forma séria, e em compromisso com pautas em desafio mundial, ele nos
acompanha Brasil e mundo afora, como um caçador de água. Estivemos juntos,
em companhia de dezenas de especialistas de 36 países, reunidos em Fortaleza,
Ceará, entre 21 e 26 de novembro de 2015, ano marcado por crimes ambientais
gigantes como: o rompimento da Barragem da Samarco/Vale, e seu mar de lama
devastando vidas sobre o rio Doce e cidades de Minas Gerais, Espírito Santo e
sul da Bahia; os incêndios devastadores de ecossistemas da Chapada
Diamantina; assassinato e perseguição a centenas de ambientalistas; escândalos
de desvios de recursos de obras polêmicas no rio São Francisco, e um rosário de
problemas em cadeias desarmoniosas.
O estado do Ceará foi palco mundial de debates sobre água, em evento que
reuniu o O2 Encontro Intercontinental sobre a Natureza, Diálogos sobre
Governança da água e, Encontro Internacional de jornalistas especializados em
Meio Ambiente. Países como Canadá, África do Sul, Espanha, Chile, México,
Suécia, Argentina, Brasil, e dezenas de outros, participaram de trabalhos que
mobilizam o Brasil e o planeta Terra, em busca de soluções para garantir a vida.
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Autor de diversos livros sobre água e seus contextos de vida, o cientista Nizomar fez
exposição sobre desafios e caminhos da água para a preservação da vida.
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Caçadores de água. 03.01.16 12.38 pdf
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(lilianapeixinho@gmail.com)

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